Recente trabalho sobre o bem-estar das vacas foi publicado em revista do prestigioso grupo de publicações científicas Nature, demonstrando que, num rebanho de 333 vacas, existe comunicação efetiva entre elas, tanto em situações positivas (cio ou recebimento de alimento) quanto negativas (isolamento físico ou falta temporária de alimento). E mais: que cada vaca pode ser identificada por sons específicos de alta frequência. Traduzindo, por um timbre específico da sua “voz”, isto é, seu mugido (https://doi.org/10.1038/s41598-019–54968‑4).
Ficou demonstrado que essa distinção individual pode servir para atrair a atenção de outras vacas. Algo como: cada vaca tem seu grupo de amigas, que sentem se a outra está bem, ou estressada. Os pesquisadores concluíram que é possível desenvolver equipamentos digitais para tomar decisões de manejo que garantam o bem-estar e a manutenção da produtividade do rebanho, a partir dessa comunicação e identificação individual entre as vacas.
Produtores que se esmeram no cuidado com seus animais conhecem cada um deles e suas preferências. Mas à medida que os rebanhos aumentam e se tornam mais uniformes, o uso de equipamentos digitais eleva a confiabilidade da tomada de decisão pelos produtores e, ao mesmo tempo, facilita seu trabalho. Resultado: com esses equipamentos e outros que em breve estarão disponíveis, como no exemplo acima, um produtor e sua família podem ter mais qualidade de vida para, por exemplo, planejar seus momentos de lazer. E, ao mesmo tempo, obter do rebanho o leite produzido em quantidade e qualidade, que gere lucro e cause pouco impacto ao ambiente.
Pessoas felizes, com vacas felizes produzindo leite de qualidade. Essa é a expectativa tanto dos produtores, quanto dos consumidores, que em grande parte são cidadãos residentes nas metrópoles.