Cadeia produtiva e defesa sanitária trabalham na região para combater a doença, mas enfrentam sérios desafios
Por Luiz H. Pitombo
Os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina estão entre os que mais testam seus rebanhos para o controle da tuberculose. Ao lado da brucelose, a enfermidade conta com programa nacional (PNCETB) que, por decisão conjunta na região, tem sua execução priorizada. O que se deseja é a redução dos prejuízos econômicos dessas zoonoses na fazenda, dos riscos à saúde das pessoas e, ao mesmo tempo, obter a abertura do mercado externo a seus produtos, que estão num crescente aumento de oferta.
Porém, como em outras regiões do País, o trabalho está sendo prejudicado pela falta de insumos, ou seja, das tuberculinas necessárias para testar os animais, que em caso positivo são enviados ao abate sanitário. Estas eram produzidas em até 90% da demanda pelo laboratório Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), do governo estadual, e 10%, pelo Instituto Biológico de São Paulo (IB/SP). Mas com o encerramento das atividades do primeiro deles no ano passado, o laboratório paulista precisou aumentar sua oferta, mas mesmo assim é necessário recorrer a importações da Argentina e do Uruguai.
Na média, o Rio Grande do Sul tem realizado ao ano 240 mil testes em bovinos; Santa Catarina, 165 mil, e o Paraná, 828 mil; números que devem ser afetados em sua evolução, além da própria execução de várias das medidas preconizadas, como o exame de animais destinados à reprodução, que serão transportados.
“A escassez dos insumos para os testes atrapalha e é desanimador, para um programa que começou muito bem e que agora esmorece a vontade do produtor, como daquele que demorou anos para receber o certificado de propriedade livre e que por falta dos testes poderá perder sua condição sanitária”, lamenta o médico veterinário Inácio Kroetz, diretor da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e coordenador do grupo de Sanidade da Aliança Láctea Sul Brasileira, organização que reúne toda a cadeia produtiva dos três estados e infestados com a doença, mas o que existe é uma política de realmente testar os animais e fazer um controle rigoroso”, afirma Kroetz.
Um aspecto fundamental para que o controle ocorra, como aponta, é a indenização aos produtores para que estes mostrem menos receio quanto ao exame dos animais. Todos os estados do Sul têm seus fundos para ressarcimento, com o do Paraná sendo custeado por recursos públicos, e os dois outros, pela soma destes com os oriundos do setor privado.
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Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 650, de fevereiro 2019