O uso desse equipamento para detectar precocemente a prenhez, que foi objeto de estudo desenvolvido por pesquisadores da Embrapa, começa a ser implementado com sucesso na bovinocultura de leite e de carne

Rubens Neiva

Pesquisas da Embrapa Gado Leite têm demonstrado que é possível reduzir o intervalo entre inseminações de uma vaca em cerca de 20 dias com a utilização do ultrassom Doppler no diagnóstico precoce da prenhez, com impacto positivo na redução do intervalo entre partos do rebanho.

A redução desse intervalo representa um ganho econômico tanto na produção de uma vaca de leite quanto na engorda de bezerros de corte. Uma vaca que produza 30 litros de leite/dia, por exemplo, terá acrescentado à sua produção 600 litros no final da lactação. Num rebanho maior, em que 100 vacas reduzam o intervalo de partos nessa proporção, serão 60 mil litros de leite a mais, produzidos na lactação.

As pesquisas já são aplicadas na prática por médios e grandes produtores que adotam em seus rebanhos a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). A equipe de Reprodução Animal iniciou os estudos sobre o desenvolvimento e a regressão de uma glândula endócrina, denominada corpo lúteo, que atua no processo reprodutivo dos mamíferos.

Para visualizar essa glândula, que tem uma coloração amarela, o pesquisador Luiz Gustavo Bruno Siqueira explica que foi utilizado o ultrassom Doppler.

Diferentemente do ultrassom convencional, que revela apenas uma imagem em tons de cinza correspondente ao tamanho e textura do objeto em análise, o Doppler traduz movimentos como o fluxo sanguíneo em cores, tornando as análises mais precisas.

O corpo lúteo é uma estrutura temporária em fêmeas de mamíferos, que surge em cada ciclo reprodutivo após o cio e ovulação e produz principalmente progesterona, hormônio essencial para o estabelecimento e continuidade da gestação. Na vaca, quando ocorre a monta natural ou inseminação artificial e o animal fica prenhe, a glândula continua produzindo progesterona por toda a gestação.

Por outro lado, se a vaca não fica prenhe, o corpo lúteo permanece produzindo hormônios no ovário por 16 a 18 dias. Depois se degenera, o que culmina com o animal retornando ao cio em ciclos de 21 dias.


Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 654 (junho/2019)

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